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Arquitetos: Grupo Zegnea
- Área: 1550 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. Respeitando os pressupostos inerentes ao conceito da “casa caixa”, feita a análise da circunstância, deparamo-nos com uma série de fatores influenciadores no momento de pensar o projeto. Apesar de na sua envolvente se manifestar um contexto urbano relativamente consolidado, pautado pela existência de habitações unifamiliares e pequenas unidades comerciais de proximidade, o lote em questão apresentava um condicionamento fortemente marcado pela proximidade com artérias com alto tráfego automóvel na sua “fronteira.”
A solução encontrada foi criar um “conjunto” em banda, de forma a aproveitar ao máximo a ocupação longitudinal do terreno para conseguir o maior afastamento possível à circunvalação e dotar o logradouro de uma área interessante que permitisse a execução de uma zona de estar exterior.
A nível programático as habitações desenvolvem-se dentro do mesmo conceito das Box Houses e Box XL Houses, tirando partido da inserção do alpendre e zona de entrada pedonal como filtro da zona exterior para o interior-privado, a “planta livre” é neste caso assumida na sua plenitude apenas pontuada pela colocação da escada de comunicação vertical na separação da zona da cozinha e da zona de jantar. O objetivo era que a zona social tirasse o maior partido da permeabilidade visual com a área de logradouro e relação com a cidade em pano de fundo. No piso superior, três suites são acedidas a partir de uma “mezanine” que cria um pé direito duplo sobre a zona de jantar e permite a entrada de luz natural através da claraboia na cobertura.
A “expressividade” do conjunto procura tirar partido desta proximidade com o elemento “automóvel”, apresentando-se de alguma forma como um corpo “mecânico”. Para isso faz-se uso de materiais e texturas “industriais” no seu revestimento, como o vidro e o ripado em alumínio como os elementos principais de desenho do alçado. A palete escura destes materiais permitem reforçar este caracter “industrial do conjunto” ao mesmo tempo que promovem uma maior durabilidade e limpeza do alçado face à agressividade da poluição e sujidade a que estão expostos. A “caixa” é para ser vivida, usufruída, utilizada no seu todo, como uma máquina, a “máquina de habitar”.